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Foto do escritorEdgar Powarczuk

OS 5 PASSOS PARA AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO

Há muitos anos atrás tomei contato com a andragogia. Desde então, me fascina a forma como os adultos aprendem. Meu estudo sobre esse assunto entreabriu muitas portas em mim mesmo . Dessa jornada até aqui, posso demarcar cinco passos:


Primeiro Passo: tesão pelo conhecimento

Você aprende quando está envolvido, cativado, com tesão pelo que está estudando. As vezes, esses assuntos estão em sintonia com teus verdadeiros interesses. Outras vezes, são deliberados pela mídia que te alcança, ou são comuns a tua rede e você está ali curtindo sem ligar muito. (leia "A Infodemia") Você tem interesse por muitos assuntos diferentes? Vá em frente! O tempo vai te fazer naturalmente mais seletivo e sofisticado em tuas escolhas. Quando a gente se dá conta de estar perdendo tempo, quando dentro da gente algo (a)parece mais claro, então aí surge a tesão que estou falando. A tesão de conhecer algo mais profundamente e aventurar-se nele. Aliás, a habilidade de um mentor (entre outros mestres) tem o papel importante nessa conexão com as escolhas mais íntimas e criativas.


Segundo passo: aprender e refazer o caminho

Num campo de tua escolha, é bom buscar (antes se possível) o conhecimento de base. Não estamos falando de ler Sócrates em grego, ou ler toda a obra de Nietzschie para entender seus fundamentos, caso, por exemplo, seu interesse for filosofia. Conhecimento de base quer dizer isso: os fundamentos, entenda primeiro o fundamento do assunto que te interessa para, em seguida, aventurar-se a aprender alguma coisa nova sobre aquilo. Depois retorne e reintegre o dado novo ao que você já sabe. Depois, aventure-se de novo. And so again.


Teste a "técnica de Feynman", em homenagem ao físico vencedor do Prêmio Nobel Richard Feynman: escolha um conceito, tente ensinar a alguém que não esteja familiarizado com este assunto, identifique lacunas em sua compreensão e volte ao material de origem, revise e simplifique. Mas, por favor, não alugue as pessoas! Melhor escolher seu sobrinho, diga que é um exercício, o exercício do Mr. Feynman. Se ele entender, você pegou a essência!


Terceiro passo: construa novas relações

A cada vez, o livro te parecerá diferente. Tuas anotações te surpreenderão. Teu ponto de vista estará mudado. O aprendizado não tem a ver apenas com acumular fatos. Para formular o conhecimento precisamos construir relações entre estes pedaços de informações para que novas percepções brotem do desconhecido. Por isso, anote! Anote da sua melhor maneira e conecte. Eu guardo minhas informações com tags no Pocket e tenho centenas de cadernos de anotações no Evernote . Com eles refaço o caminho de todas as minhas anotações e leituras sistematicamente.


Quarto passo: contradite tua certeza

A criatividade (e a responsabilidade por aquilo que criamos) nos salva nesse mal-estar geral. A criatividade nasce da mescla de redes discordantes de conhecimento. Ao contraditar deliberadamente os pensamentos sobre o conteúdo estudado e os pensamentos sobre ti próprio, tu ganhará coragem de duvidar de suas certezas. Vá atrás de fontes inspiradoras de autores diferentes para saber argumentar. Isso te fará capaz de construir sínteses mais complexas, ampliar tua visão do mundo e te tornar mais tolerante na polarização.


Quinto passo: tem coisas que só o tempo

O conhecimento não é uma meta, pois não há linha de chegada. O conhecimento não é um resultado para melhorar tua performance no mercado. Pode começar por aí, mas no final, não. Tem coisas que você aprende sem ter lido um livro. Tem outras coisas que só aparecem com a quilometragem, com as perdas e os amores, quando você se põe a entender seu lugar dentro de si e no mundo.


"O que existiu lá no começo existiu no final, o emaranhado de sensações, percepções, desejos e necessidades que chamamos, de maneira antisséptica, de inconsciente. Esse emaranhado não era a parte mais inferior de Harold, não era um traço secundário a ser superado. Era seu centro - difícil de enxergar, impossível de entender, porém supremo. Harold atingiu uma coisa importante na vida. Construiu um ponto de vista. Outras pessoas veem a vida primeiramente como uma partida de xadrez jogada por máquinas de raciocínio. Harold viu a vida como uma interpretação infinita de almas". O homem social, de David Brooks.

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